O Ministério Público Federal (MPF) apresentou à Justiça uma terceira denúncia relativa ao ‘esquema’ operado pela empresa Braiscompany, suspeita de atuar como ‘pirâmide financeira’ e de ter provocado prejuízos milionários para milhares de clientes. Em alguns casos, os investigados chegaram a ter comissões superiores a R$ 250 mil mensais.
Nessa ação os investigadores miram 18 investigados que tinham atuação como gerentes select, por terem carteiras de investimentos milionárias ligadas à atuação da empresa. Eram considerados select pessoas com carteiras superiores a R$ 10 milhões.
A apuração é fruto das operações Select I e II, fases ostensivas que foram desdobradas da Operação Halving – da Polícia Federal e do MPF.
Conforme o MPF, o grupo é acusado da prática de operação irregular de instituição financeira; emissão, oferecimento e negociação de valores mobiliários sem registro prévio de emissão; crime contra o mercado de capitais; apropriação indébita; e lavagem de dinheiro.
Em alguns casos, contudo, nem todas as condutas são imputadas para todos os denunciados. O Blog ainda não conseguiu contato com os investigados citados na denúncia pelo MPF. O espaço, claro, está aberto.
“O corte metodológico atual foi abranger as pessoas qualificadas como gerentes select, o nível mais alto dentro da estrutura empresarial da Braiscompany, por serem os consultores com carteiras de clientes mais valiosas e, consequentemente, os mais bem remunerados, em relação às quais haja comprovação do descumprimento dos atos normativos internos da empresa, especificamente quanto ao procedimento adotado para a celebração dos contratos de cessão de criptoativos com os investidores”, explica o MPF.
De acordo com a planilha financeira localizada nos arquivos da empresa durante o cumprimento da busca e apreensão da Operação Halving, existiam 24 gerentes select. Dos 24, três já foram denunciados na primeira denúncia (Clélio Cabral, Gesana Alves e Felipe Guilherme), restando 21.
“Entre os vinte e um, o MPF identificou, por ora, o descumprimento dos atos normativos internos da empresa em relação a dezesseis. Além deles, a investigação permitiu identificar a atuação de duas pessoas (LUIZ CARLOS VERAS e PAULO ROBERTO) por intermédio das carteiras de suas esposas (ERIJANE PATRÍCIO e ISLANA SANTOS)”, diz a denúncia.
Veja lista de denunciados e carteiras de clientes:
Marcos Avelino dos Santos Soares: carteira de mais de R$ 36.000.000,00
Thiago Lucio Camelo de Medeiros: carteira de mais de R$ 15.000.000,00
Gilbran Marques Chaves Junior: carteira de mais de R$ 12.000.000,00
Albert Kayo Ribeiro da Silva: carteira de mais de R$ 18.000.000,00
Selemirth Martins de Almeida: carteira de mais de R$ 21.000.000,00
Vilton Lins e Sousa: carteira de mais de R$ 17.000.000,00
Erijane Patrício Barroso: carteira de mais de R$ 22.000.000,00
Gabriel Santos Santiago: carteira de mais de R$ 14.000.000,00
Hemerson Gabriel Leão de Lima: carteira de mais de R$ 14.000.000,00
Marcos Micael Silva Andrade: carteira de mais de R$ 12.000.000,00
Nychell Crosby da Silva: carteira de mais de R$ 20.000.000,00
Pedro Artur Venâncio dos Santos: carteira de mais de R$ 29.000.000,00
Thiago Henrique de Oliveira Lima: carteira de mais de R$ 22.000.000,00
Eluyllo Wesley Lima Queiroz: carteira de mais de R$ 19.000.000,00
Islana da Silva Ferreira Santos: carteira de mais de R$ 21.000.000,00
José Moisés Venâncio dos Santos: carteira de mais de R$ 11.000.000,00
Luis Carlos Veras de Albuquerque
Paulo Roberto Araújo dos Santos
Fonte: Jornal da Paraíba